sábado, 21 de novembro de 2015

Holly Holm, Palmeiras e suas semelhanças


Há algum tempo, estava eu assistindo a mais uma luta de Ronda Rousey pelo UFC. Atleta olímpica, supercampeã, estrela de cinema, campeã, destruidora e o que mais viesse na cabeça. A mulher era um fenômeno de mídia e de luta, a ponto de levar as categorias femininas ao UFC e abrir um novo leque de espectadores a esse esporte maravilhoso que é o MMA. Até o dia 15 de novembro.

Antes de sua luta contra Holly Holm, Ronda estava o tempo inteiro nos holofotes. É talk show pra lá, filme pra cá, vários famosos rasgando seda pra ela, sejam de seu mundo (Vitor Belfort por exemplo, elogiou muito Ronda numa coletiva de sua mais recente luta em São Paulo, a qual tive a honra de estar presente) ou de mundos diferentes (Sylvester Stallone, Mike Tyson, Vin Diesel, Demi Lovato...a lista é grande). Era a nova grande estrela do UFC, vendável, bonita, campeã, grandiosíssima lutadora.

Porém do outro lado, havia também uma lutadora. E talvez isso tenha sido negligenciado por Ronda. Talvez nem mesmo intencionalmente, já que com esse monte de entrevista, filme e os caramba a quatro deve sobrar pouco tempo pra treinar mesmo. Vida de popstar não é moleza não velho...

E essa era uma lutadora muito boa num ponto onde Ronda ainda não tinha sido testada ainda: O boxe. Beleza, fica fácil pra cacete pra mim falar agora, que a luta já passou, Inês já está morta. Muito fácil ser engenheiro de obra pronta.

Pois bem, Ronda perdeu da Holly, que, na opinião dos especialistas (e na minha também, já que eu pensava a mesma coisa, só que eu não sou especialista, hahaha...ainda). não estava pronta para tal nível de competição, já que não havia sido devidamente testada. Apesar de eu achar que Marion Reneau, ultima lutadora vencida por Holm antes da luta contra Ronda, é um osso duríssimo de roer, mas, só pra não me contradizer, não achei que Rousey pudesse ser dominada da forma que foi. Nem que a luta ia acabar do jeito que acabou.

“Mas pera aí Gabriel, essa luta foi há séculos atrás. Porque cargas d’água você só tá falando disso agora cazzo?”

Na verdade, esse começo foi uma gigantesca introdução sobre outro esporte. Totalmente diferente, mas igualmente emocionante:  Futebol!

Quem me conhece sabe: Sou torcedor palmeirense, de coração (e em breve, de carteirinha também).

Qualquer ser que não esteja dando umas voltinhas duas ruas depois de Júpiter também sabe: Santos e Palmeiras duelarão pela final da Copa do Brasil, o segundo maior torneio em importância no país, que dá ao campeão o direito a uma vaga na fase de grupos da Libertadores 2016, que leva ao Mundial, que o nome por si só justifica a função do torneio. Enfim, é um passo para se provar o maior do mundo.

Pois bem, o que uma coisa tem a ver com a outra? Eu digo: O comportamento da massa.

O que vejo nos noticiários, nos jornais, nas conversas informais nos ônibus, em bares e até em casa (Pois meu querido irmão é santista, e vem se dedicando a irritar até o meu último nervo, como qualquer torcedor rival faz em véspera de decisão, sem sucesso, coitado), o que vejo basicamente no Brasil inteiro é uma coisa só: “O Santos vai ser campeão. Vai tratorizar, vai humilhar o Palmeiras de todas as formas possíveis e impossíveis. Vai sair gol até do goleiro (melhor ouvir isso que ser surdo, não?) Vai ser um dos jogos mais humilhantes da história. Nada impede o Santos de perder essa final. Não há nenhuma forma de o Palmeiras ser campeão”.

Vendo isso, tenho esse sentimento de dejavú. Já ouvi palavras assim em algum lugar. Em 2009, nas oitavas da libertadores, teve um que esculachou o Palmeiras de todas as formas. Nem lembro o nome do infeliz, nem quero lembrar. Eu só sei que o Marcos colocou as coisas em seu devido lugar, pegou 3 pênaltis e fez o Palmeiras passar de fase. Ah, em 2012 escutei isso também. O Neto falou com tanta veemência que o Coritiba ia ser campeão que eu quase acreditei nele. Ai eu lembrei que ele é o Neto e, enfim. Também estava errado.

Assim como os especialistas sobre a luta de Ronda Rousey... Percebeu?

Do mesmo jeito que julgamos que Holly Holm não estava devidamente preparada para encarar Ronda, o  mundo julga que o Palmeiras não consegue bater de frente com o Santos hoje. Reforçam isso com uma força tão gigante, de que o Santos é imbatível, e coisa e tal. Esquecem se que tem um time por trás do Palmeiras. Esquecem se que há jogadores que são movidos por títulos, e que alguns deles estão do lado verde. Esquecem se de que, se eles tem Lucas Lima, Ricardo Oliveira, Gabriel (vulgo Gabigol), Marquinhos Gabriel, nós, do lado de cá, temos Fernando Prass, Zé Roberto, Arouca, Gabriel Jesus, Dudu, Robinho, Vítor Hugo...

Se esquecem que esse Palmeiras é extremamente afeiçoado a jogos grandes. Ok, não venceu o Paulista em cima do próprio Santos, mas foi exatamente pela própria soberba. Mas anteriormente, tinha eliminado o Corinthians, goleou o São Paulo, além de vencê-lo no Paulista com um golaço de Robinho. O problema do Palmeiras é o complexo  de Robin Hood. Mas veja se não demos trabalho aos grandes? Veio Cruzeiro, veio Internacional, veio Fluminense. Todos caíram. Isso lá é coisa fácil de se fazer?

Nesses dois jogos dessa final, que o Palmeiras seja tão cirúrgico como foi Holly Holm contra Ronda Rousey. Pra deixar bem claro, sem sombra de dúvida, que do outro lado há um time. E que esse time pode ser tão forte quanto o Santos, que vem pra essa final com uma aura de Ronda Rousey no ar. Porém, nós sabemos: O Santos não é a Ronda Rousey. E mesmo que fosse, poderia muito bem ser vencido. Afinal, Holly Holm é, no dia de hoje, a campeã. Espero de coração, que o Palmeiras também o seja.

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Geração Mimimi


Bom, hoje o texto vai ser mais crítico e duro do que o normalmente.  Hoje vou deixar meu lado poeta um pouco de lado pra reclamar, no melhor estilo Seu Saraiva. Sim, esse texto vai ser bastante ranheta, mas é um texto de purificação. Purificação do meu próprio coração, pois há coisas dentro dele que necessitam ser extirpadas.

E a primeira de todas elas é: Que porra é essa geração Y? Que porra é essa geração Z?

Qualquer coisa que acontece no mundo hoje em dia vira motivo de treta. E quando eu digo qualquer coisa, eu não tô exagerando. QUALQUER!

Recentemente andou estourando esse meme de internet, o “Já acabou, Jéssica?”. Após o boom desse meme, era de se esperar que ele ficasse sem graça em pouco tempo devido a superexposição, a exploração exagerada, e o próprio timing da internet. Pois bem, até isso gerou bafafá.

Gente, isso é coisa que se preze para mimizar? Um meme de internet. “Ah, mas tem uma agressão, mimimimimi”. Mano, ok, tome então as porras das medidas cabíveis e não enche o caralho do meu saco!

Esse foi só um exemplo de muitos...

Hoje em dia é muito fácil você ficar escrevendo um puta texto no Facebook, gigante, de umas 300 linhas para “defender uma causa”. Beleza, é legal você ser uma pessoa engajada e politizada e tals, se mobilizar por determinadas causas, várias delas, inclusive, são muito nobres. Tão nobres, que chega a me espantar que eu não tenha visto ainda a situação por tal prisma. Maas...

Muitos dos defensores dessas “causas” simplesmente esquecem que as pessoas são extremamente diferentes umas das outras. Cada qual com sua realidade, cada um tocando sua vida, cada um sabendo onde lhe aperta o calo. Pra esses defensores, pouco importa. Ele tá certo e ponto final. Não aceitam opiniões divergentes, não aceitam debates, não aceitam que uma pessoa vinda do nada pode apresentar outro lado de uma situação que também deve ser levada em conta. Mas pra eles que se dane. “Vá pro inferno você e a sua opinião”, eles bradam. E encontram eco nos famosos maria-vai-com-as-outras, que corroboram sua linha de pensamento, sem considerar outros tipos de ponto de vista ou outras realidades.

Posso trazer “n” exemplos disso aqui. Atentados em Paris, tragédia de Mariana, arrastões no Rio, redução de maioridade penal, casamento gay legalizado, religião, aborto, racismo, feminismo, manifestações, política, escolhe um dessa lista. Todos geraram confusão no Facebook exatamente porque ninguém respeitava o “amiguinho” (porque uma pessoa assim eu não consigo considerar como amigo) e bradava ódio uns contra os outros. Ô gente, não é assim que brinca!

Várias pessoas que eu gostava se provaram não compactuar com muita coisa que eu acredito. Descobri a maioria pelo Facebook. Como já estou bastante alerta sobre a falta de respeito que há, apenas apontei alguns equívocos que eu me certifiquei por A+B que eu poderia refutar facilmente sem precisar entrar em nenhum tipo de confronto. Claro que teve gente que me falou “Nossa Gabriel, não tinha visto a situação por esse lado, obrigado!”. Mas o óbvio ululante é que mesmo sem querer, acabei perdendo alguns amigos pelas discussões mais inúteis possíveis. Alguns fazem falta, outros não.

Por isso, evito postar algumas coisas em meu Facebook. Nunca fui uma pessoa politizada, apesar de ter a minha visão política bem definida, para o Facebook eu sou apolítico. Odeio discussões sobre política, então não me meto nelas, até porque de política eu não sei porra nenhuma. Mas já é o suficiente para odiar uns deputados ai.

Admito que entro em certas discussões inúteis no Facebook. Futebol é meu ponto fraco, pois mexe com paixão e tals, então eu já aviso logo. Quem resolver debater, esteja pronto para uma leve discussãozinha e um convite pra tomar uma cerveja e discutir essa questão melhor em algum barzinho ou outra coisa. Esse ponto talvez contradiz o meu texto todinho. Também sou hipócrita gente, me deixa, rsrs.

Mas eu peço a todos que lerem esse meu texto (pra todas as duas pessoas): Deixe o ódio longe de seu Facebook. Eu sei, as vezes é difícil, mas lembre-se: Assim como o outro interlocutor, você também é humano, e tem grandes chances também de estar errado. Não perca amizades por motivos bobos, que eu já citei na lista acima (sim, política pode entrar aqui como besteira).

E é isso. Depois de tanta ranhetice, eu digo adeus a vocês. Desejo muita luz na vida.

Até!!!

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Cinzas do coração


As vezes, fuçando nos arquivos antigos dentro do meu cérebro, me pego remoendo mágoas que já estavam por si só mortas, que uma vez foram brasa, mas foram reduzidas a apenas cinzas. Cinzas essas que se mantém em meu coração, apenas ocupando espaço e fazendo sujeira. Porque não me livro delas então?

Talvez isso seja porque eu preciso delas aqui para não regredir. O fato de elas existirem quer dizer que eu cometi algum tipo de erro. E se eu cometi um erro, elas precisam estar lá para me lembrarem que é um erro que não posso repetir. Seja ele qual for.

Mas as principais, aquelas que ainda são brasa, são de coisas que eu deixei de fazer. Coisas que foram deixadas de lado por outras necessidades, que acabaram se provando inúteis, e levaram tempo valioso da sua vida. Tempo esse que você poderia fazer tudo o que você queria, mas deixou de lado. Pena que não temos bola de cristal.

As frustrações se materializam nessas cinzas que existem no coração. Há pessoas que as limpam, e até por isso, cometem o mesmo erro, pois as cinzas não estão mais lá como exemplo, ludibriando-se e  fazendo-se perder esse tempo valioso cometendo erros de outrora. Que não deveriam mais ser repetidos. Ô atraso de vida!

As minhas cinzas estão aqui ainda. E eu decidi guarda-las, com carinho. Pois sabe se lá se não há uma fénix escondida nelas?