Estava eu
em meu universo solitário tranquilo, de boa, sem fazer nada. Como já tinha se
tornado meu costume. Um sentimento triste de decepção tomando forma em minha
mente, no fone de ouvido, João Mineiro e Marciano. Era ela chegando. Ela, que
passa sem motivo aparente, puxa mágoas de 1900 e bolinha simplesmente pra te
deixar zoado, pra destruir aquela pontinha de alegria que você tinha hoje mais
cedo. Sim amigos, ela. A sofrência.
Mas que
porra que é sofrência Gabriel?
A tão
famigerada sofrência pode ser uma forma como chamamos hoje aquela que era
chamada dor de cotovelo há dias atrás. Sim, inveja, potencializada por qualquer
passo fora da faixa que você dê. Pode ser também a mistura de sofrimento +
carência. Na verdade esse último faz até mais sentido, porque até a própria
palavra leva a pensar assim.
É um
sentimento geralmente associado a música sertaneja ou ao arrocha, porém, não se
resume unicamente a esses dois gêneros. Música de sofrência é o que mais se tem
por aí. Inclusive você, inteligentinho cult que só ouve indie e vai pra rolê na
Augusta, sim, você ouve sofrência! Ou vai dizer
que você nunca ouviu aquela musiquinha que vai batendo aquela “bad” de
leve?
“Ah, mas
ali em cima você associou sua sofrência a música de João Mineiro e Marciano,
mimimimimimi”.
Sim. Porque
eu ouço João Mineiro e Marciano. E isso me dá essa “bad”. O que não quer dizer
que eu não goste. E sim, eu ouço João Mineiro e Marciano, porque meus pais
escutam, cresci ouvindo (e não gostando a princípio) e faz parte da minha
tradição. Sim, eu sou “caipira”. E muito!
Mas
voltando ao assunto,
Trabalhando
sobre a conclusão que todos nós escutamos sofrência, quis divagar um pouco
sobre o porque raios a gente escuta sofrência, independente do gênero.
Uma das
conclusões foi a seguinte: Já tá tudo ferrado mesmo, o que é mais um passo em
direção ao precipício?
Sim, as
pessoas pensam assim quando estão na sofrência. E as vezes é esse ultimo passo
que as tira do buraco (ou não).
E a pior
coisa é ter que lidar com um amigo que por algum raio de algum motivo está
afogado nessa maldita sofrência. Porque você ficar repetindo “essas coisas são
complicadas” não ajuda em absolutamente nada. Nada. Você precisa dar um
conselho de coração pra pessoa. E precisa entrar na mente dela pra aconselhar,
porque se você der qualquer conselho, as chances de a pessoa não te escutar e
fazer tudo ao contrário do que você falou são imensas. E ai a pessoa vai fazer
cagada, e vai dizer que você não sabe dar conselhos, o que, talvez seja
verdade.
Basicamente,
a tal da “sofrência” é isso. Sim eu sei, eu repeti essa palavra pra caramba.
Sim, foi minha intenção. Afinal, eu estou escrevendo sobre ela. Mas não sou
muito entendido do assunto, pelo menos não fora dessa tal sofrência. Quando ela
bater, eu volto a escrever.